Quem senta no banco de réus no termo de Paço do Lumiar nesta terça-feira (2), é o policial militar Sandro Morett Furtado de Oliveira. Ele responde pela acusação de homicídio que teve como vítima o estudante Tácio Kaique Pereira Pires, crime ocorrido no dia 27 de novembro de 2010.
Promovido pela 2ª Vara de Paço do Lumiar, o júri acontece no Salão de Júri do termo e tem início marcado para as 8h30. Preside o julgamento a titular da Vara, juíza Vanessa Clementino. Por medida de segurança, em função da repercussão e comoção que o caso gerou na cidade, a juíza vai solicitar reforço no policiamento do Fórum e do Plenário do Tribunal do Júri, no dia do julgamento. A expectativa é de lotação das dependências do plenário, pois, além de parentes dos réus e da vítima, pessoas interessadas no caso e estudantes devem acompanhar o julgamento.
![]() |
Estudante Tácio Pires |
De acordo com os autos, na data do crime, por volta das 23h, na Praça do Viva Maiobão, o réu disparou três tiros de revólver calibre 38 na vítima. Ainda segundo os autos, a arma falhou nos dois primeiros disparos. Na terceira tentativa o tiro atingiu a vítima no abdômen. Levado para o hospital, a vítima veio a falecer no dia 09 de outubro.
Segundo a denúncia, na ocasião do crime o réu passava pelo local quando o retrovisor do carro que dirigia bateu no cotovelo da vítima, que não gostou e foi tomar satisfação com o condutor, iniciando-se uma discussão entre ambos. Consta da denúncia que amigos da vítima ainda tentaram acalmar os ânimos, o que conseguiram a princípio até que Sandro desceu do veículo e, bastante exaltado, se dirigiu a Kaique.
Em meio à discussão que se seguiu, o réu teria dado um tapa no rosto da vítima que reagiu arremessando contra Sandro uma garrafa de energético. Nesse momento, o réu teria sacado da arma com a qual atirou em Kaique. Após o crime, o acusado evadiu-se do local.
Assalto
De acordo com o inquérito policial, foi apurado que o veículo dirigido pelo acusado na ocasião do crime teria sido tomado de assalto de uma mulher no dia 03 de julho.
Quando interrogado pela autoridade policial, Sandro negou a autoria do crime, afirmando que o disparo foi acidental. Quanto à propriedade do veículo, o réu afirmou ter trocado um carro mais antigo com um cabo da PM pelo carro, pelo qual pagou ainda R$ 3 mil.